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terça-feira, 2 de abril de 2013

"O cinema é um modo divino de contar a vida.", Federico Fellini

Olá, queridos amigos internautas! Com vocês, mais um

  

E desta vez, vamos falar de um filme nacional, feito com sangue e suor brasileiro. Com vocês o "filmaço" dos loucos anos 90 (as fotos estão ruins, mas foi o melhor que consegui)

Não se engane, não se trata de um filme pornográfico!

Como está escrito na capa, este foi o primeiro (e graças a Deus, único) filme da ex-famosa dançarina do antigo grupo baiano "É o Tchan", Carla Perez. Lançado em 1998, como representante do gênero "musical bem escroto",  já nos créditos iniciais, podemos ter uma idéia do que está por vir.

"Bahiana" ao invés de "Baiana": "Que burro! Dá zero pra ele"!
O filme é uma biografia da musa dos punheteiros, digo, amantes do axé music, Carla Perez, que no longa-metragem é chamada de Carlinha. Carlinha nasceu em um lugar muito pobre da Bahia (ou será "Baia"). O pai da mocinha (conhecido como "Painho") é um jardineiro que usava todo o seu dinheiro para um curso noturno (atitude louvável, mas eu acho que deveria usar o salário para dar o que comer para a família) e a mãe (ou "Mainha") catava alguns trocados cavando buracos na estrada. Mesmo com esse quadro desanimador, Carlinha não podia ouvir uma música que já começava a balançar as canelas.

Enquanto Mainha leva porrada de pivetes para pegar algumas moedas...

...Carlinha dança com a sua fiel amiga, Boneca!
Um dia, Painho recebe a notícia que terá a chance de trabalhar em Salvador e com isso poderá melhorar de vida. Porém, como Deus adora uma piada de mau-gosto, acaba fazendo Mainha bater as botas. Painho e Carlinha, vão para Salvador, e na capital baiana (ou "bahiana) a meninha sai de cena e entra a loira oxigenada Carla Perez.

Imagina uma molecota dessas no seu colo!
Dançando feliz da vida, sem se importar com não ter um centavo no bolso, a garota faz amizade com dois moleques de rua (que por incrível que pareça, não quiseram meter a rola na mocinha). Os dois garotos batizaram (e eu não sei porque) Carlinha de !Cinderela Baiana" (ou Bahiana). Um dos garotos foi interpretado por Lázaro Ramos, em seu penoso e obscuro começo de carreira.

Os dois amigos de Carlinha: o da esquerda é conhecido em todo país! Já o da direita desapareceu da face da Terra!

Dançando, roubando acarajés, dançando, fazendo brincadeirinhas idiotas, dançando e, dançando, os dois tentam mostrar que "Nóis é pobre, mas é feliz, meu rei". Paralelamente, um poderoso empresário de Salvador procura por uma nova dançarina, que ele tansformará em uma estrela mundial. Este empresário se chama Pierre, um velho tarado e com um péssimo gosto para camisas.

Nem o carnavalesco mais gay do Brasil usaria essas camisas!

Pierre pede ao seu fiel ajudante negão que procure em Salvador a sortuda que irá ser a nova bailarina dos seus shows. O ajudante negão tenta empurrar uma patricinha sem sal, mas Pierre se apaixona loucamente por Carlinha, que rebolava lá no fundo do vídeo.

Essa pobre coitada tem que comer muita muqueca para ser tão gostosa quanto Carlinha!

O fiel ajudante negão vira Salvador do avesso, porém, não tem sucesso em encontrar a loirinha do balanço sensual. Querendo Carlinha mais do que tudo, Pierre olha por uma luneta e em menos de um minuto, consegue encontrar a menina, coisa que o seu ajudante negão não conseguiu fazer em dias.

Esse é o ajudante negão de Pierre! Eu acho que ele é muito mais do que um ajudante para Pierre,  se é que você entendeu a sutileza da frase!

É aí que a vida de Carlinha começa a mudar: com a benção de Painho, a moçoila começa a ganhar um banho de loja e o que já era bonito, melhora 100%.

Gracinha!
E também começa a conhecer todos os segredos da dança contemporânea, com o melhor professor de Salvador:

Conheça o Mestre Myagui da dança baiana (ou bahiana)
 Bem vestida e super treinada na arte da dança, Carlinha começa a se apresentar com grupos famosos (pelo menos naquela época) de axé. Com várias participações especiais, podemos ver grupos e vocalistas como Araketu e Jheremias (se não conhece, procure no You Tube). E é em um desses shows que ela conhece o grande amor da sua vida, Alê (interpretado por alexandre Pires), que apesar de ser negro, não gosta de cantar na África!

Alê será o único do filme que vai ver o "Tchan" da Carlinha
 Mas nem tudo é uma maravilha na vida da Cinderela Baiana (ou Bahiana): Pierre faz a menina trabalhar feito um burro de carga, pois, quanto mais dinheiro, melhor. Além disso, como foi dito acima, o velho é meio tarado e coloca na cabeça que tem que traçar o "tchan" da moça antes de Alê.

Pierre tentando tirar uma casquinha da inocente Cinderela Baiana (eu sei que tá chato, mas: ou Bahiana)

 Pierre manda dá um cacete em Alê, e neste momento, presenciamos uma das cenas de luta mais toscas na história do cinema. Digna de deixar Chuck Norris vermelho de raiva.

Chuck Norris não tem misericórdia!
Bem, como todo conto de fadas, o amor vence, o vilão se fode (não se fode tanto, mas se fode) e todos ficam felizes para sempre. Só que no conto de fadas tupiniquim, o final da película pode ser considerado um chute nas bolas: Carlinha volta pra onde sua mãe pegava moedas, só que agora, com um carrão chique. Diz algumas bobagens para os pivetes, toma as enxadas das mãos deles e ao som de "Segura o Tchan", faz todo mundo se requebrar. Mas todo mundo mesmo!

As crianças dançaram,...
 
... os adultos dançaram,...
... as freiras dançaram,...
... o cozinheiro dançou,...
... e até o Palmeiras dançou (só que em Mirassol).
O filme Cinderela Baiana é ruim: sim, muito ruim!  Ruim demais! Uma verdadeira merda! Porém, temos que lembrar que a Carla Perez é tão atriz quanto eu sou branco. E que o filme, apenas pega carona na fama da dançarina, para tentar se vender. As falas dos personagens são horríveis; Pierre é caricato demais, quase um louco que todos sentem pena e resolvem dar atenção; Lázaro Ramos, em começo de carreira, não podia fazer muita coisa (se bem que ele fez o também terrível "Ó Pai ó", já com a carreira consolidada); Alexandre Pires fazendo o papel de "Príncipe Encantado" não convence; e o final, bem, acabou de dar o tiro de misericórdia depois de mais de uma hora agonizante de filme. 

Talvez, se o filme se focasse apenas na dança, bebesse mais do conto de fadas "Cinderela", e deixasse as mensagens de esperança e felicidade serem entendidas sem a Carla Perez abrir a boca, poderia ter sido melhor aceito na época.

Carlinha, cadê a comida das crianças?
Mesmo com toda essa crítica ruim (e acredite, eu fui bonzinho), o filme tem os seus pequenos acertos: a participação especial dos grupos baianos (Araketeu, entre outros); Carla Perez merece o Oscar quando não fala nada (exagerado), e, tirando a fantasia de fada da floresta no final do filme, a loira do "É o Tchan" está linda,de forma bem "moleca"; e a bela música "Girar o Mundo"  da cantora Cátia Guimma, no começo do filme, salva um pouco (bem pouco mesmo) a tortura que é assistir à "Cinderela Baiana".

Porém, o melhor de tudo é que não temos a presença dos vocalistas do grupo "É o Tchan": "Cumpadi" Washington e Beto Jamaica. O que é um alento e tanto!

Poderiam colocar a morenano filme também! Veja bem, a morena de amarelo e nãoa "morena careca"!


Se você quiser, clique aqui para ver o filme completo (nem trailer eu consegui dessa película). O filme está sob responsabilidade do You Tube, mas acredito que ele não será removido. Mas clique por conta e risco próprios! 

Bem, acho que é tudo. Obrigado por curtir mais um


Até a próxima!


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