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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Noventa minutos sofridos! Final de ano feliz! Meu Flamengo venceu e eu vou dizer como!

Depois de sofrer por 86 minutos (quando saiu o gol do Elias), assistir a todos os noticiários da televisão, assistir aos gols do título umas quinze vezes pelo Youtube, ler os jornais que a minha mãe comprou e cantar o hino do Flamengo a cada 20 minutos, finalmente sento à frente do computador e digito como foi a minha noite durante a final da Copa do Brasil 2013.

Senta que lá vem história!
Cheguei em casa com a partida entre Flamengo e Atlético Paranaense já nos cinco minutos do primeiro tempo. Com um certo receio de quem já viu o time fracassar em outras finais (Grêmio, Santo André...) e passar vexames ainda piores (América do México, Olímpia do Paraguai, Libertadores de 2012),dou uma olhada no placar do jogo. 0 a 0, e o meu coração dá uma acalmada:

Cai fora, gordinho! Teu fantasma não vai estragar minha noite!
 
O coração se acalmou, mas não por inteiro: apesar do resultado favorável, eram apenas cinco minutos do primeiro tempo! Ainda tinha muita coisa para rolar. Guardo o material de estudo e sento ao lado da minha mãe! Meu pai não gosta muito de assistir às decisões importantes do Flamengo, e por isso, já está na parte de cima da casa, acompanhando o jogo pelo rádio. Talvez, tenha sido uma decisão inteligente por parte dele, afinal, seria triste demais ver o Maracanã calado por causa de mais um desastre:

Maracanazo 2?
 Mas, por algum motivo, fiquei na sala. Do que adiantaria ficar trancado no quarto? Só iria ficar mais nervoso? Então, que se foda: vou assistir o jogo até o final! E se no final, o Flamengo for derrotado, não estarei triste sozinho: estarei calado junto com uma nação inteira.

Calado nada: ia chorar que nem o camarada aí de cima!

O jogo estava tecnicamente ruim. O Flamengo não conseguia criar jogadas de ataque e o Atlético Paranaense apenas dava chutões para quem sabe encontrar um desvio salvador.

_ Calma, calma, toca a bola! - gritei como se eu fosse o Jayme de Almeida.

Jayme não gostou dessa comparação!
Em um dos raros momentos de espaço para o Flamengo, Carlos Eduardo dominou a bola e tinha duas opções para o passe: Luiz Antônio sozinho do lado direito, pronto para fazer o Maracanã explodir e Paulinho do lado esquerdo, marcado por dois atleticanos, apontando para Carlos Eduardo passar para Luiz Antônio. Adivinhem para quem o craque de 500 mil reais passou:

Se o Flamengo perdesse o título, você não estaria com esse sorrisinho na cara, Cadu!
 Depois desse lance escroto, onde o Carlos Eduardo foi xingado por mim e pela minha mãe, ainda teve bola no travessão, mandada por uma falta bem cobrada por Luiz Antônio. E mais nada nesse primeiro tempo. Elias preso na marcação, Carlos Eduardo fazendo merda no primeiro tempo, Hernane muito longe da área, André Santos cruzando para algum fantasma! O time do Flamengo jogou muito mal o primeiro tempo. Ainda bem que o Atlético/PR era pior, pois o seu maior astro, o veterano Paulo Baier era anulado, e que a zaga do Flamengo estava firme.

_ O 0 a 0 é nosso! Mas ainda falta 45 minutos! Puta que o pariu, o Flamengo tá complicando esse jogo! Porra, por que não venceu na Vila Capanema! - pensei comigo.

Mais 45 minutos! Haja coração!

Teve horas que o meu batimento cardíaco estava no ritmo de carnaval
Finalmente, vou ao banheiro, pois não conseguia sair da sala durante o primeiro tempo. Aliás, devido o nervosismo, esqueci até que estava com fome. Estava focado nessa decisão.

Focado! Entenderam a piada?
Começa o segundo tempo, e o jogo continua uma merda! A torcida do Flamengo cantava, apoiava, mas nada de sair um gol! Tava complicado ser otimista e não visualizar a cena do Atlético Paranaense fazendo 1 a 0 e fudendo com a minha noite! Apesar de jogar mal, o time de Vagner Mancini só precisava de um momento, um único momento, para voltar para Coritiba com o título na bagagem.

Não queria ver esse sorriso no final do jogo!
  Jayme de Almeida mexe no time pela primeira vez: tira Carlos Eduardo (até que enfim) e coloca o volante Diego Silva, liberando Elias para o ataque. Deu certo: o Furacão dava espaços (0 a 0 era do Mengão) e o Rubro-negro carioca começou a criar chances de gol: quase um golaço com o Paulinho. Quase um belíssimo gol de voleio com Hernane.

- Uhhhhhhhhh! - era o que se escutava na minha casa e nas arquibancadas do Maracanã.Tava pintando gol! Podia sentir. Que se dane 1996, 2004, 2008 e 2012. Sentia que o Flamengo eracampeão da Copa do Brasil!

E aos 42 minutos do segundo tempo, depois do goleiro Weverton defender um chute de Hernane,cara a cara com o Brocador, o mesmo Hernane cruza para encontrar Paulinho na área, que dá um drible sensacional no defensor atleticano e rola a bola para Elias, que com um toque, fez o Maracanã balançar de alegria e 70 mil torcedores gritarem em coro "´Gooollllllllllllllllll".

Pulei do sofá e tomado de emoção, beijei o chão da sala.

Assim como Usain Bolt, o negão aqui beijou o chão!

-Quanto será que o juiz vai dar de acréscimo? - perguntei, como uma raiva danada do André Santos, que arrumou confusão com Ciro. Ambos expulsos e mais cinco minutos de sofrimento!

_ Puta que o pariu! Agora será foda! - falei.

Paulinho por pouco não aumentou.

_ Era para terminar a partida, Paulinho! - disse como se estivesse jogando junto como o Mengão!

Mas se não aconteceu gol com Paulinho, era porque o gol do título estava destinado para ser de alguém que se tornou um símbolo desse Flamengo 2013. Luiz Antônio (jogou pra cacete) avançou pela direita, deu um vão de pernas no zagueiro atleticano e cruzou para Hernane, que fez o gol para torcida gritar definitivamente: "É tri-campeão"!

- Acabou! Acabou! Acabou! - gritei.

E realmente acabaria! Flamengo, com a força de sua nação, conquista a Copa do Brasil 2013. Em uma ano que "não ser rebaixado" estava bom demais. Improvável, sim! Mas no futebol não existe impossível! O Furacão era forte, mas o Urubu conseguiu voar mais alto e chegar até os céus.

Pode comemorar rapaziada! Vocês mereceram!

















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