Olá, pessoal! Depois de um bom tempo a seção de filmes ruins
do blog “Photo Bobagem” voltou. Então, sem muito blá, blá, blá, vamos para mais
um
Do ano de 1979, o filme nacional estrelado por nada menos
que o rei do futebol Edson Arantes “Entende?” do Nascimento, ou no popular,
Pelé. Sim amiguinhos e amiguinhas, além de jogador de futebol, cantor,
compositor, cientista, modelo, Pelé encontrou espaço na sua agenda para
protagonizar um filme nas terras tupiniquins.
Edson Arantes do Nascimento interpretando Pelé. Ou vice-versa, entende?
Infelizmente para o Brasil, a Globo e todos os fãs de Pelé,
o nosso “Rei das Quatro Linhas” não levou o Oscar daquele ano, pois os membros
da Academia são uns dinossauros que não entendem porra nenhuma de diversão.
Sacanagem, Baixinho!
O filme começa com dois ricos empresários que desembarcam em
um aeroporto, ao mesmo tempo em
que Pelé (sim, no filme Pelé interpreta a ele mesmo) que
voltava ao Brasil após uma campanha vitoriosa nos Cosmos dos Estados Unidos.
Que toquem as trombetas reais!
Enquanto um dos empresários não passa de um velho escroto,
que está mais preocupado em fuder com a amante, o outro fica preocupado com a
realidade dos marginais em idade escolar, que botavam o terror na cidade de
Santos. Após atropelar um dos trombadinhas, que acabara de assaltar uma
senhora, este empresário começa a se dedicar a por um fim nesta dura realidade .
E para isso, ele quer contar com a ajuda de Pelé. Mesmo sem ter curso de detetive,
mesmo sem uma arma, mesmo sendo um jogador de futebol rico e famoso que poderia
aproveitar á vida ao lado de alguma gostosa, Pelé topa a parada e com muito amor
no coração, vai ajudar o empresário.
Sente só a panca de galã de novela das nove!
Pelé se apresenta para o delegado (que seria exonerado do
cargo por aceitar uma idéia tão idiota dessas) e começa uma parceria com o tira
mais durão de Santos: Bira, o Mother Fuck.
Bira e Pelé: a resposta brasileira para "Máquina Mortífera".
Pelé quer resolver o caso na base da conversa, pois acredita
que os pivetes estão sendo controlados por algum adulto mal intencionado. Bira
quer resolver as coisas como todo bom policial na época da ditadura brasileira:
na base da borrachada, do choquinho, do pau-de-arara, entre outros métodos
muito eficazes e carinhosos da época da ditadura.
Suspeito batendo um papo com Bira.
Além dessa dupla dinâmica, a filha do empresário legal
resolve se juntar a um jornalista para investigar o caso por conta própria. Na
verdade mesmo, o jornalista queria papar a patricinha com esse papo de
“imprensa revela a verdade, doa o que doer”.
Não se enganem: o rapaz de branco vai ficar na punheta!
Apesar dos anos de experiência na polícia, Bira estava
errado, pois realmente um adulto estava controlando os moleques. Esse adulto
atende pelo “amedrontador” apelido “Manteiga”.
Manteiga, né? Sei!
Sim, amigos e amigas internautas: o chefe dos bandidos
mirins se chama Manteiga. E eu imagino o porquê dessa alcunha.
Eu sabia!
Sinceramente, eu não sei como um cara de 1m50, careca,
gordinho, chamado Manteiga pode ser chefe de alguma coisa. Aliás, o Manteiga
tem um caso com uma das gostosas do filme. A sexual e fatal Arlete.
Manteiga sensualizando geral! Arlete não consegue segurar a risada ao ver a cuequinha escrota do amante!
Sempre com seu estilo “Não sei de nada”, Arlete é a
receptora dos objetos roubados pelos garotos. O problema é que, num desses
assaltos, Pelé e Bira estavam de tocaia, esperando o momento certo para
perseguir os infratores juvenis. Depois de correr atrás de um pivete, Bira
percebe que ele joga o objeto roubado na bolsa de Arlete. Com mais de dez anos
de praia, Bira já aborda a moça, dizendo para ver o que há no interior da
sacola. Esperta feito uma raposa felpuda, Arlete coloca a mão dentro da bolsa,
apenas para pegar uma arma e dar um tiro em Bira. Quando Pelé
chega para resgatar o amigo, Bira ainda tem forças para dizer uma das pérolas
desse filmaço: “Me descuidei Pelé! Ela me acertou uma azeitona!”
Arlete usou uma dessas para derrubar o Bira!
Não se preocupe, queridos amigos e amigas internautas! Bira
não morreu, afinal de contas, ele teve aulas sobre como ser imortal com Chuck
Norris!
Chuck Norris: o único homem do mundo que enfrenta bandidos com um colete jeans!
Sem o seu parça, Pelé continua contribuindo para a polícia.
O Rei do Futebol dá a descrição de um dos garotos para os desenhistas da
delegacia. Aliás, Pelé se encata com a velocidade do trombadinha e jura ter
visto o moleque em algum dos campos de pelada pelo país. O resultado final da
porra do retrato falado só nos leva a uma conclusão: os desenhistas estavam
bêbados.
Ah sim! Ajudou pra caralho!
Paralelamente a isso, um cidadão tem o seu carro roubado por
um dos trombadinhas. Em uma cena de perseguição pelas curvas de Santos, que dura mais ou menos sete
minutos, e que não tem a presença do Pelé (que é o protagonista do filme),
percebemos aqui que a equipe técnica do filme não confiava muito nas interpretações do rei. A perseguição terminou com a morte do trombadinha, que
pensava que era um piloto de Fórmula 1!
Rubinho não está chorando pela morte do garoto, e sim porque o garoto dirigi melhor que ele!
Durante o Natal, enquanto os meninos de rua e alguns adultos
levam aquela singela dura da polícia, Pelé e o empresário gente boa estão numa
boate celebrando a data. Eis que surge o chefão da porra toda (tá, eu copiei
isso do Kibe Loco! Me processem!): Doutor Renato, um playboyzinho que gosta de
dar jóias caras para as suas namoradas e vender pó para os otários metidos a
descolados.
A loirinha aí de cima ainda não sabe que esse colar de diamantes vai custar o anel de couro!
Bira se recupera e novamente fica frente a frentecom Arlete. Desta vez, o “bad cop” tupiniquim
não leva uma azeitona, mas passa uma vergonha ainda maior: leva um cacete da
Arlete.
Bira, você envergonhou a casa de Chuck Norris!
Eis que temos mais uma das cenas icônicas dessa obra-de-arte:
Pelé desarma Arlete, que indaga se ele realmente era o Pelé. Querendo bancar o
engraçadão, Pelé responde “Não! Sou o Jô Soares sua piranha!
Quase gêmeos!
Enquanto isso, a filha do empresário legal e o jornalista
metido a pegador, são capturados pela gangue do Gibi. Quem é Gibi? Eu falo para
vocês: é mais um bandido com nome estranho e que às vezes, dá uns pegas na
Arlete. Sim, além de ter um nome escroto pra cacete, Manteiga é um corno.
Manteiga sem maquiagem!
Voltando ao seqüestro, Pelé aparece, dá um cacete em um
bandido que fala francês (mas pensa que está falando alemão) e protagoniza uma
das “melhores” lutas de palhaços contra o Gibi (só não é a melhor, porque neste
filme mesmo tem uma luta “bem” mais da hora).
Sente só a técnica do Gibi!
Novamente o negão, digo, o grande afro-brasileiro salva o
dia. Mas a vida é cheia de surpresas, horas boas, horas ruins. Um dos
trombadinhas, o qual Pelé tinha esperança de recuperar com o futebol, é
assassinado como queima de arquivo. Não preciso dizer, que o Pelé fica puto da
vida com isso. Pois é, as coisas vão ficar pretas (que me desculpem os
politicamente corretos, mas essa não deu para segurar).
Podemos dizer que o Pelé é um ator melhor que todos os atores da escola Wolf Maya!
Com sangue “nosóio”, Pelé invade o cafofo onde ficava os
moleques e, agora sim, nos proporciona a melhor luta de palhaços mal
coreografada do mundo. Com direito a rabo de arraia, chutes, voadoras, Pelé
dando um cacete, Pelé levando um cacete, e um violento voleio na cabeça do chinesinho
(eu acho que era um argentino) aplicado com maestria por Edson Arantes do
Nascimento.
É tetraaaa! É tetraaaaa!
Depois desta “super” cena de luta, Pelé começa a subir na cadeia alimentar e vai
atrás dos chefões da bandidagem em Santos. Primeiro foi o Manteiga, que bastou
apertar um pouco para que ele entregasse o esquema todo (esse Manteiga não me
engana). Depois foi a vez do Doutor Renato. Esse sim deu um pouco de trabalho
(não muito, pois o Gibi e o chinesinho brigaram melhor). Não preciso dizer que
o Atleta do Século dá um pau bem dado no Doutor Renato, que acaba sendo morto
com um tiro disparado por um policial.
Vai se fuder em 3, 2, 1...
Não espere uma aula de interpretação do Pelé e nem uma trama
bem elaborada. “Os Trombadinhas” é um filme que tenta discutir as causas e
soluções de um problema que até hoje assola o país: o menor infrator. Claro,
pegando carona na fama do Rei do Futebol. Tudo de forma bem infantilizada,
visto que até mesmo quando os personagens estão em cenas mais adultas (como
falar um palavrão ou até mesmo em cenas de sexo) você tem mais vontade de rir
do que ficar chocado. E por ser tão infantilizado, você acaba não levando a sério
o problema do menor infrator e se concentra mais em zuar as caras, bocas,
frases e golpes do Pelé. O filme conta com nomes de atores famosos como Paulo
Goulart e Raul Cortez (que estranhamente é dublado no filme). Se vale a pena assistir ao filme? Bem, essa eu deixo o Chaves responder:
Isso, isso, isso!
O filme está completo no Youtube. Abaixo um trailer do filme com o título "Ninja do Gueto" (este título é bem melhor do que "Os Trombadinhas")
Verdades quase verdadeiras
Essa é uma novidade com a volta do "Bobagens Filmes": "Verdades quase verdadeiras" onde mostramos algumas curiosidades "praticamente" reais sobre os filmes. Vamos as "Verdades quase verdadeiras" sobre o filme "Os Trombadinhas":
Como já foi dito, o filme os "Trombadinhas" perdeu o Oscar de Melhor Filme no ano de 1980. O vencedor foi Kramer vs Kramer. Pelé também perderia o Oscar de Melhor Ator para Dustin Hoffman, gerando protestos em todo Brasil.
A polícia da época teve trabalho para conter os descontentes com o Oscar.
Infelizmente, Pelé tem apenas três Copas do Mundo, quatro EMY (o último com o mega suceso dançante "ABC - Toda criança tem que ler e escrever"), dois Prêmios Pulitzer, um Prêmio Laurence Olivier Award (pela peça de ficção científica "O Rei está Nu e só fala merda"), um Nobel de Literatura (pelo livro "Como acertar todos os resultados de uma Copa do Mundo"), um Nobel de Física e um Nobel da Paz (por ter parado a sangrenta guerra entre Rede Globo e Rede Record). Nenhum desses prêmios têm importância na vida do Rei, pois Pelé ainda chora pela perda do Oscar.
Uma das maiores injustiças da história da humanidade!
Bira foi nomeado "Guardião da Cidade de Santos". Até hoje, existe uma estátua sua na entrada da cidade litorânea que previne os ladrões, sequestradores, estupradores, entre outros malfeitores, que o espírito de Bira ainda reside na cidade.
Nesta mesma pose, a estátua de Bira protege os santistas!
Caso o Brasil perca a Copa do Mundo em casa, a Globo Filmes planeja lançar um remake de "Os Trombadinhas" com Neymar fazendo o papel de Pelé e Wagner Moura como Bira (David Brasil ainda não confirmou sua participação como Manteiga)
Em breve em uma Fundação Casa perto de você!
(Verdadeiro) Além de "Os Trombadinhas", Pelé atuou em mais seis filmes. Entre eles "Os Trapalhões e o Rei do Futebol" (eu considero o melhor filme brasileiro sobre futebol) e "Fuga para a Vitória" (onde Pelé é um jogador de Trinidad e Tobago), com participação de Sylvester Stallone.
Pelé dando uns conselhos para Stallone. Stallone cagando e andando para Pelé!
Movido pela inveja, Maradona também lançou um filme chamado "Carreira de Risco". Na película, Maradona interpreta ele mesmo, viajando pelo mundo atrás da "Cheirada Perfeita". Os perigos pela viagem são muitos, mas "El Pibe de Oro" dribla todos eles. O filme tem três horas de duração sendo que noventa por cento do filme são cenas de Maradona cheirando cocaína. O filme custou 50 milhões ao governo argentino (40 milhões só para pagar os traficantes locais) e conta com a participação de Walter Casagrande.
Em breve, em uma boca de fumo perto de você!
Infelizmente, a obra-prima do cinema nacional não adiantou muita coisa, pois como podemos observar, o problema de menores infratores no Brasil aumentou e piorou. Talvez porque nossos políticos tenham achado que "Os Trombadinhas" era uma comédia.
Isso mesmo, deem bastante risada! Quando o problema invadir a casa de vocês, quero ver estes risos amarelos!
